sábado, 5 de setembro de 2020

Família Lentz

Família Lentz ou Lenz


As primeiras famílias que migraram para São Pedro de Alcântara eram de agricultores, vindos da Renânia meridional, região chamada de “Hunsrück”, atualmente Alemanha e de ex-soldados liberados do exército militar imperial.  Motivados pelas dificuldades na terra natal e as promessas do governo brasileiro à época, partiram do porto de Bremem, Alemanha, com destino ao Rio de Janeiro, em 7 de junho de 1828, a bordo do navio Charlotte & Louise . 


Figura 1 - Localização da região de Hunsrück 



Uma dessas famílias era de Johann Jacob Brand (62) viúvo que veio junto com a filha Maria Anna Brand, (18) passageiros do  Charlotte & Louise nrºs 204 e 205, segundo lista de passageiros da Biblioteca Nacional  e  Jochem. A outra filha Maria Angela Brand  era esposa do Heinrich Bohrens que trouxe seus filhos.



Fonte: Fey, Ademar Felipe. Navio Charlotte & Louise - Ano 1828: Imigração Alemã no Brasil (p. 53). Edição do Kindle. 

Durante a estadia no Rio de Janeiro, enquanto aguardava a vinda para Desterro,  Maria Anna Brand conhece o soldado do batalhão de estrangeiros Sebastião Lenz (Lentz) , se enamoram e casam quando chegam em Desterro. Maria Anna e Sebastião Lenz viajam para São Pedro de Alcantara via Desterro no Brigue Marques Vianna. Fontes: BN, Jochem 


Recepcionados pelas autoridades e interpretes, foram alojados em quartéis da cidade, a maioria no quartel do Campo do Manejo (atual Instituto de Educação). Enquanto esperavam os trâmites burocráticos, muitos casamentos foram realizados; e foi neste período que aconteceu o casamento de Maria Anna Brandt com Sebastião Lenz (Lentz) em 26 de novembro de 1828.



Figura 2 : Certidão de casamento de Maria Anna Brandt com Sebastian Lenz


Sebastian Lenz veio para o Brasil a partir do porto de Bremem a bordo da galera Bremense Harmonie em 01/05/1828 e chega no porto do Rio de Janeiro depois de 62 dias de viagem, em 02/07/1828. (FEY,  2020).  Sua vinda tinha como objetivo servir como soldado no 3 Batalhão de Granadeiros do exército imperial brasileiro constituido por D Pedro I. (FEY, 2020 e LEMOS, 1996). 








Uniforme dos soldados do Batalhão de Estrangeiros



Conforme observado por Philippi (1995), o sobrenome Lenz pode ser encontrado como Lentz, Lens, Leins e Lins. 

Considera-se o dia 01 de março de 1829 como a data da criação da Colônia São Pedro de Alcântara, já que os primeiros alemães entraram na colônia e começaram a edificar os primeiros barracões, visto que a burocracia ainda estava sendo resolvida pelas autoridades locais.
Somente a partir de 9 de julho, conforme Philippi (1995), iniciaram-se as entregas dos lotes de terra, com a profundidade de cerca de 800 braças, aos que haviam conseguido chegar à Colônia antes dos demais.
Dentre os primeiros treze lotes localizados no lado norte da estrada das tropas para Lajes,  encontra-se o nome do cunhado da Maria Anna Lenz, Heinrich Bohnen.

"3-Henrich Bohenen, casado e seis filhos, 75 braças, pósse em 09-07-829" (PHILIPPI, 1995) . Ver lista completa acessar os livros indicados nas referencias. 


Conforme os dados da listagem e do Censo da Colônia de 1830, apenas a família de Maria Angela Bohnen permaneceu em São Pedro, pois, conforme relato de Philippi(1995), parte dos imigrantes alemães ficaram na Praia Comprida, São José da Terra Firme,  onde estabeleceram-se com hospedarias, transporte de lanchas (responsável pela conexão do continente com a Ilha), ferrarias, sapatarias, marcenarias, casas de comércio e outras atividades, inclusive a agricultura.

“Foi o primeiro ponto de ligação, o primeiro entreposto da Colônia. Entre estas famíias estavam as de Adam Michels, Heinrich Bohnen, Sebastian Lenz, Anton Hurber, Johann Mannebach, Peter Joseph Schneider e Jakob Zimmermann.” (1995, p. 47).

Na Praia Comprida a família de Sebastian Lenz encontrou condições de prosperar e deixou seu legado. 




Figura 4 - Relação dos colonos em São Pedro de Alcântara censo de 1830.
Fonte:MATTOS, Jacinto Antonio. Colonisação do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 1917.


SEBASTIAN  LENZ (1808-1875), filho de Sebastian Lenz e Katharina Born. Casou em 26  de novembro de 1828 com Maria Anna Brandt (1810-1890), filha de Johann Brandt e Katharina Elisabehta Mayer. Pais de:
·         TEODORO.
·         LUÍSA.
·         CHRISTINA. Nasceu em 02/09/1834. Casou com Joaquim Maximiniano dos Santos
·         ANDRÉ.
·         MARIA.
·         CATARINA.
·         MARIA.
·         JOÃO.
·         ANTÔNIO SEBASTIÃO.
·         JOAQUIM SEBASTIÃO.
·         JOSÉ SEBASTIÃO.

JOAQUIM MAXIMINIANO DOS SANTOS (1830?-1906), filho de Maximiano José dos Santos e de Maria Joaquina dos Santos. Comerciante e negociante na Praia Comprida, São José. Militar e político em São José. Casou com Christina Maria Lentz.
Pais de :
·         MANUEL.
·         JOAQUIM
·         AMÉLIA EMÍLIA. Casou com Francisco Vieira da Rosa.
·         ADELAIDE.
·         MAXIMIANO HONORATO.
·         MARIA MERCES.
·         EMÍLIA.
·         EMÍLIA.
·         CECÍLIA.
·         CRISTINA DORVALINA.
·         JOAQUINA.
·         JOSEFINA.
·         HORÁCIO.


Figura 5 – Certidão de casamento de Joaquim Maximiniano dos Santos e Christina Lenz


Figura 6 - Ascendentes de Mário Vieira da Rosa completo


FRANCISCO VIEIRA DA ROSA (1955-1925) casou com Amélia Emília dos Santos (1858-1944).


REFERENCIAS:

FEY, Ademar. Imigração Alemã no Brasil: Navios e Passageiros Anos 1828 a  183. Caxias do Sul: Ademar Felipe Fey, 2020.
JOCHEM, Toni. Visibilidade étnica dos imigrantes do Hunsbrück em Santa Catarina. http://www.aguasmornas.sc.gov.br/imigracao/Palestra-ChileToni.pdf Acessado em 18/09/2016
LEMOS, Juvêncio Saldanha. Os mercenários do Imperador: a primeira corrente imigratória no Brasil (1824-1830). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1996.
MACHADO, Osni Antonio. Dicionário Político Josefense. São José: Ed. do Autor, 2006.
MATTOS, Jacintho Antonio. Colonisação do Estado de Santa Catarina: dados históricos e estatísticos (1640-1916). Florianópolis: Gab. Typ. "O dia", 1917.
PHILIPPI, Aderval João. São Pedro de Alcântara: a primeira colônia alemã de Santa Catarina. Florianópólis: Ed. do autor, 1995.
SCHMITT, Elzeário. A primeira comunidade alemã em Santa Catarina. Florianópolis: IOESC, 1979.






sexta-feira, 5 de julho de 2019

Bernardino Alexandre de Souza




                BERNARDINO ALEXANDRE DE SOUZA




Bernardino Alexandre de Souza na década de 1920 com uniforme do exército


               Meu avô Bernardino sempre se considerou um artista. Inclusive na certidão de casamento                   com a vó Nair  sua profissão está registrada como artista. Nunca ficou muito claro para a                     família, até porque não tínhamos muito contato com que arte ele trabalhava. A profissão de                 modelista fez com que ele trabalhasse em vários locais e estados conforme mostra o                             documento no que hoje se chama Portfólio dos seus trabalhos.
                 


               





              


                     Agradecimentos a prima Maria Helena Perfeito que compartilhou o material.

                


sábado, 1 de junho de 2013

FAMÍLIA SOUZA




Foi difícil, mas consegui informações sobre a Família Souza.

Como meu pai  Solon Carvalho de Souza foi criado em Florianópolis e São José, inicialmente pela avó e depois pelos tios Dona Tilinha e Mário Both, quase não tínhamos informações sobre seus parentes do lado paterno.



Solon Carvalho de Souza

Solon era filho de Bernardino Alexandre de Souza e Nair Horn Carvalho de Souza. Ver Família Horn.


Bernardino Alexandre de Souza (pai de Solon)



De acordo com a certidão de óbito do meu avô paterno - Bernardino Alexandre de Souza descobri  o nome dos meus bisavós paternos: Alexandre José de Souza e Marculina de Souza e que ele era de São Joaquim.



Bernardino Alexandre de Souza (pai de Solon)  com a segunda esposa.

Até aqui parecia fácil, só que Souza é um sobrenome bem comum e a busca de informações junto aos registros de São Joaquim não era coisa simples.


Da esquerda para direita: Tio Leleto Perfeito, Bernardino Alexandre de  Souza, Tio Dado e Solonzinho.  Foto tirada em São José, década de 1970.


Graças aos recursos do FamilySearch encontrei a certidão de casamento de Alexandre José de Souza e de Marcolina Joaquina da Luz Souza, bem como o registro de óbito de Alexandre.

Alexandre José de Souza era natural de São José da Terra Firme, Santa Catarina, nasceu em 1851. Era filho de Joaquim José de Souza e de Camilla Rosa de Jesus (de São José). Do primeiro casamento teve três filhos: José, João e Antônio.

Escrivão do cartório civil de São Joaquim - SC. Funcionário público, em 08 de abril de 1896, com quarenta e cinco anos, casa-se em São Joaquim com Marculina da Silva Souza. Marculina tinha dezoito anos e  era filha de João da Silva Mattos e de Anna Joaquina da Luz. Com Marculina teve os seguintes filhos: Leonel, Bernardino, Dovina, Dautino, Francisco, Joaquina, Ramiro, Hercílio e um póstumo (não havia nascido quando o pai morreu).


Registro do casamento de Alexandre José de Souza e Marcolina  Silva de  Souza

Alexandre José de Souza, morreu em 12 de dezembro de 1910, de morte natural. Foi enterrado no Cemitério Santa Cruz em São Joaquim - SC.

Registro do óbito de Alexandre José de Souza. Pode-se ver nos registros anteriores  os termos registrados por ele como escrivão.








Francisco Vieira da Rosa - Família Vieira da Rosa

  FRANCISCO VIEIRA DA ROSA   nasceu em São José, Santa Catarina, a 31 de dezembro de 1855 (batizado na matriz de São José a 4 de fevereiro d...