sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Cecília Rosa Lopes

 Cecília Rosa Lopes, nascida Cecília Vieira da Rosa em São José, Santa Catarina, no dia 22 de novembro de 1889 (dia de Santa Cecília e ano da proclamação da República do Brasil) era filha de Francisco Vieira da Rosa e Amélia Emília dos Santos Rosa.

O Pe. Francisco Pedro Cunha, pároco da igreja matriz de São José celebrou o seu batizado no dia 27 de dezembro de 1890.

Como costumava ser antigamente, tinha diversos irmãos: Ariston, Fúlvio, Mário, Alice, América, Lacícia e outros que faleceram na infância .

Seu pai era comerciante e a mãe se dedicava aos trabalhos do lar.

Estudo na Escola Normal (hoje Instituto de Educação) de Florianópolis, onde obteve o diploma de Professora Primaria.

Para estudar em Florianópolis, face a doença do pai, que ficou 16 anos entrevado, e as dificuldades financeiras decorrentes, ficou morando em casa de parentes.

Após a morte do pai, passou a arrimo da família, cuidando da sobrevivência de sua mãe e duas irmãs. Na época não existia previdência social e todos trabalharam com afinco para não precisar vender seus bens (casa da venda-armazém e a casa de moradia).

Dedicou-se ao Ensino Público quase 30 anos, em Escolas Isoladas nas Picadas e Praia Comprida e no Grupo Escolar Francisco Tolentino, na sede do município de São José.

Casou-se com o viúvo José Lupércio Lopes (historiador) no dia 04 de dezembro de 1948, ambos com boa idade, vindo ele a falecer em 08 de setembro de 1969 aos 94 anos após quase 21 anos de casamento.

Lecionava também em casa, ela e suas irmãs, aos pequeninos as primeiras letras - alfabetização, principalmente aos seus sobrinhos.

Ensina também trabalhos manuais como tricô, crochê e bordado.

Era amante da natureza e cultivava um belo jardim num terreno pedregoso perto do mar, onde morava, além de árvores frutíferas e ervas medicinais.

Ninguém ia a sua casa sem que saísse de lá com flores nas mãos e também se ter provado das balinhas de leite e rapaduras com amendoim, delícias de sua cozinha.

Além do amor ao estudo, a natureza, baseou a organização de sua vida na disciplina, ordem, justiça e amor a Deus e ao próximo.

Foi educada, e passou aos que tiveram a felicidade de a conhecer, os valores verdadeiros da vida, que são o de viver em harmonia com os trabalhos das letras, das artes da natureza, do respeito às pessoas em geral.

Lúcida, faleceu no dia 08 de setembro de 1978 aos 88 anos e 10 meses de vida, de trombose cerebral diagnosticada pelo Dr. Waldomiro Dantas.


                                            Escrito por Nilda Rosa de Souza em 1978.


Cecília Rosa Lopes

Como homenagem a sua dedicação a educação em São José foi atribuído o seu nome ao colégio localizado em Forquilhinha Escola Estadual Cecília Rosa Lopes.




segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Mário Vieira da Rosa

Nasceu em São José, a 25 de março de 1896.

Era filho de Francisco Vieira da Rosa e Amélia dos Santos Rosa, de tradicional família josefense.
Fez o Curso Primário na Antiga Escola do Professor Peixoto.

Trabalhou no Estado do Paraná, em Contenda perto de Curitiba, numa indústria de caixa de madeira.
Retornando de lá, estabeleceu-se na Praia Comprida, com Armazém de Secos e Molhados, à Rua Antônio Carlos, hoje Rua Dr. Constâncio Krumell, local da Padaria Duarte. (1)

A 17 de dezembro de 1925, casou-se com Esther Fontes Domingues, filha de Antônio Joaquim Domingues e Maria Laura Fontes Domingues, natural de São José.

Durante mais de quarenta anos, trabalhou com afinco, tornando-se um grande comerciante.

Sua casa de comércio destacou-se entre as demais. Gozava de ótimo conceito geral, de crédito dos atacadistas e da preferência dos fregueses.

Era um armazém muito sortido, onde se encontraram mercadorias das mais diversas regiões, numa época de transporte difícil, pois as BRs ainda não estavam em projetos.

Mário Vieira da Rosa realizou-se profissionalmente e tinha um grande amor à sua terra natal.
Admirava a Política, adepto entusiasta do PSD, depois filiado à ARENA.
Foi eleito Vereador, mas não exerceu o mandato em virtude da suspensão do Poder Legislativo, na época.

Tinha mentalidade avançada para o seu tempo.
Gostava de viajar, conhecer novas cidades, apreciar o belo, o progresso, o avanço da tecnologia e o desenvolvimento do mundo.
Desfrutava o conforto, com simplicidade e modéstia. Cultivava plantas no seu quintal, e as flores e os frutos lhe agradeciam com perfume e sabor.
Amava a vida, dom de Deus.

Teve a graça de constituir uma família muito feliz, com sua dedicada esposa e viver até os 86 anos de idade.
Chefe de família exemplar, deu às suas filhas uma formação moral e religiosa, educação no Colégio Coração de Jesus, em Florianópolis onde receberam o diploma de professoras.

Em dezembro de 1975, o casal comemorou suas Bodas de Outro, na Igreja Matriz de São José.
Faleceu no dia 20 de setembro de 1982.
Está sepultado no Cemitério da Irmandade de Nosso Senhor dos Passos.

Deixou cinco filhas, 25 netos e 21 bisnetos, e uma herança inestimável de honradez, honestidade, respeito, trabalho, bondade, sentimentos, caráter, retidão, integridade, lições de fé, esperança e amor.
Será sempre lembrado, com ternura e saudade, pelos seus descendentes, que, embora não assinem mais Viera da Rosa, certamente, terão gravado esse nome no coração.

1 - Atualmente, no local, existe o posto de gasolina ao lado do Bistek. Sua moradia passou para o outro lado da rua, onde hoje existe a DMI.

Escrito pela sua filha e minha mãe, Nilda Rosa de Souza em 1982.



Mário Vieira da Rosa



Esther Domingues da Rosa 



Venda do Mário Vieira da Rosa. Da esquerda para direita : Esther Domingues da Rosa, sua mãe Maria Laura Fontes Domingues, Mário Vieira da Rosa, filha Neide Rosa Schmitt, filha Nilda Rosa de Souza e na frente a criança Laura Schmidt.



Livro de contabilidade da venda




Propaganda nos jornais da época 


Da esquerda para à direita: Maria Esther, Mário Vieira da Rosa, Nilda,  (minha mãe), Esther Domingues da Rosa e Ruth.



Esther Domingues da Rosa e Mário Vieira da Rosa



Texto redigido por Mário Vieira da Rosa por ocasião da morte de Bem-Bem.
Luiz da Gama Parente, conhecido como Bem-Bem, em seu carro de aluguel, o 1 da cidade de São José 



Conheci o Bem-Bem desde mocinho.
Os bons momentos que recordo, tem sempre como peça inseparável o Ford 29 que o acompanhou desde a década de 1930.
O amigo Bem-Bem e seu Ford 29 entraram na história de nossa cidade, pois o carrinho foi o único de aluguel existente durante muitos anos, atendendo casamentos, batizados, nascimentos, doenças e passeios em geral.
Fizemos passeios inesquecíveis com o Ford 29, enfrentando as estradas da época.
Entre os tais passeios posso destacar um a cidade de Jaraguá do Sul, onde o carrinho enfrentou a perigosa serra, saindo-se vitorioso graças a habilidade do motorista.
Passeamos também em outras cidades do Estado como Joinville, sem contar as vezes que visitamos o interior da Ilha, passando pelas praias e junto com outros amigos de São José como Arnoldo Souza, para ver a pesca da tainha e mesmo baleias quando pescadas.

Posso dizer que Bem Bem foi um ótimo companheiro, amigo de horas boas e difíceis, exemplar profissional, cujas atitudes devem ser seguidas pelos atuais motoristas.

                                                             Mário Vieira da Rosa 







Francisco Vieira da Rosa - Família Vieira da Rosa

  FRANCISCO VIEIRA DA ROSA   nasceu em São José, Santa Catarina, a 31 de dezembro de 1855 (batizado na matriz de São José a 4 de fevereiro d...